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Blank

de Nassim Soleimanpour

Quando Nassim Soleimanpour surgiu nos trópicos, havia pouca informação sobre sua escrita. Iraniano, sabia-se apenas que o dramaturgo inventava estratégias para peças que buscava viabilizar fora de seu país, para quem, onde e em quais condições ele mesmo não conhecia. Vimos, então, circular nos palcos brasileiros Coelho Branco, Coelho Vermelho. Segue assim, trazendo atores e atrizes convidados para cada apresentação, Blank, sua nova produção apresentada por aqui. No entanto, há uma distância evidente. Blank é menos desafiador, menos aberto aos convidados que acabam se valendo como narradores e organizadores do texto construído improvisadamente junto ao público, a partir de rubricas do autor. É pouco frente ao quanto os Coelhos desestabilizavamm e exigiam dos intérpretes. Sendo assim, restou assistir as duas pontas envolvidas nessa construção, público e convidado. O primeiro se diverte; o segundo se emociona. E talvez seja esse o dilema. No espetáculo anterior, o público se emocionava, os convidados se divertiam. Blank diz respeito à estratégia de nomear as reticências propositadamente deixadas no texto com “branco”, para serem preenchidas pela plateia. Ao final, tem-se um público envolvido em um bom entretenimento participativo, enquanto os convidados parecem mesmo se envolverem. Esperemos, então, um terceiro experimento de Nassim com curiosidade e atenção como prova dos nove.

foto Annelize Tozetto

>> A revista Antro Positivo viajou a convite do Festival de Curitiba.

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