top of page

Minha Vida de Plástico


Texto: João Luiz Vieira

Direção: Fransérgio Araujo

Elenco: Luciana Vendramini e Alice Rufino

dramamix

SP Escola de Teatro | 14/11/16 | 22:30

“Se a gente falasse menos Talvez compreendesse mais Teatro, boate, cinema Qualquer prazer não satisfaz”

Verso de Luiz Melodia em “Congênito”.

Uma peça-palestra que lança lugares comuns e celebra a falta de coesão da mídia neurótica impondo menos coesão ainda em suas proposições pretensamente bem humoradas. E quando algo poderia sugestionar alguma visão crítica, logo se revela mais uma curva que torna ainda mais ocultas as intenções do dramaturgo.

A atriz é eficiente em ler o texto, o diretor sem muitas alternativas formais, parece vitimado pela limitação do texto que optou por não jogar com circunstâncias ou conflitos, habilmente a direção escapa pelo bom gosto e temos assim assegurada a manutenção de uma leitura onde o material fica ao menos claro o bastante para que sejamos capazes de perceber claramente sua estrutura dramatúrgica circular.

É chegado o momento de ponderar à cerca do que seria ou não um teatro capaz de elaborar paradoxos e falar estruturalmente de suas próprias escolhas em cena, o teatro opera enquanto máquina ideologicamente sensível. Cada proposição demanda rigor e a cena não perdoa deslizes ou “meios caminhos”.

Aqui, a palavra falada demonstrou ter peso triplicado em relação à palavra escrita, visto que os clichês da dramaturgia podem até agradar ao leitor que a esta experiência estiver disposto, mas certamente no palco, mesmo o mais bem disposto expectador viu-se entrincheirado pela falta de “fatos”, “contradições”, “reflexão” e “autocrítica” que a dramaturgia impôs em sua estrutura.

bottom of page