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Grita Paixão


Texto: Walcyr Carrasco

Direção: Dionisio Neto

Elenco: Dionisio Neto, Jeyne Stakflett e Patricia Barbosa

dramamix

SP Escola de Teatro | 13/11/16 | 21h30

Eram dois personagens, ela berço de ouro em decadência, ele publicitário iludido pelo próprio falo murcho dos prêmios distribuídos pelos gênios(os) da área. Discutem o amor que não deu certo. Discutem materialismo e a vida por vir. Discutem a nova chance. Discutem o saltar de sonhos; que, nem bacos, nem baques, reproduzem o clichê dos eiffelstyles. Discutem sem perceber a ilusão comercializada nos intervalos entrenovelas. E nada acontece senão trocar os temas da superfície.

Nada tratado com novidade, frescor ou surpresa. Como numa tentativa de metalinguagem, como se artistas determinassem aquelas duas vidas: não, nada de real pode existir aqui; nada de real vai existir aqui; e tudo será uma grande farsa.

Metalinguagem, sim, pois, como no apartamento do publicitário, havia ali um museu de cera de sentimentos es(m)palhados. Inclusive nas escolhas poéticas. Direção, por exemplo, opta pela redundância inclusive nas rubricas enunciadas, como no momento em que a atriz imita um pássaro, do nada vindo e ao nada voltando. “Não precisa ser realista.” Tchekhov manda abraços.

Metalinguagem, enfim, porque Talita pergunta: O que mais você quer que eu diga? Que você é um gênio?

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