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Uma casa em Lisboa

No avião, antes de adormecemos de cansaço, começava a surgir uma boa expectativa sobre a continuação da viagem. Patrícia já conhece Lisboa, eu não. Algumas horas depois, chegávamos em outro país. Terceiro, considerando as duas idas rápidas à Espanha. A noite apontava em Portugal e fomos direto à casa de Miguel e Carol, amigos cariocas que não víamos a meses. A recepção foi com vinho e risoto e uma madrugada de conversas. Não conhecer uma cidade faz com que se revele ao olhar seja instigante. Das pedras que cobrem o chão aos postes de luz antigos adaptados, as ruas apertadas e calçadas estreitas, os casebres enfileirados com seus varais com roupas comuns nas sacadas e portas construindo uma identidade muito particular e típica ao Bairro Alto, onde estamos. Nossa O quanto o Brasil é português é impressionante. Pode parecer uma constatação óbvia demais. Mas, não é. O renascimento ibérico é diferente em suas respostas estéticas portuguesa e espanhola. E fica claro o quanto o primeiro está intrinsecamente ligado à estética de nossa arquitetura e urbanismo, ainda que por outros moldes. Lembra estarmos em Salvador, lembra as cidades históricas mineiras, mas nada é tão literal que possa ser igual. Lembramos Portugal muito mais do que imaginamos, e é impossível não se sentir um pouco mais em casa aqui. Nossa casa agora, então, é um aconchegante apartamento aonde ficaremos os próximos dias, enquanto acompanhamos o festival, juntos a amigos queridos e uma vista deliciosa tendo o pôr do sol como desenho ao final da noite. Chegamos a Lisboa. E não há dúvida de que será principalmente divertido.

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