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Panorâmicas

Optamos, antes de voltarmos ao teatro, ir em algumas outras exposições. Dessa vez, até pela aproximação do Schaubühne, escolhemos algumas salas e museus de fotografia. Primeiro, o C/O, com trabalho de jovens fotógrafos. Depois, o Museu da Fotografia. Por último, no tempo que ainda nos restava, fomos ver a coleção de Helmult Newton. Exposições de fotos sempre me parecem um tanto cansativas e esgotadas nelas mesmas. Mas essa é uma sensação muito particular. Patrícia tem mais paciência a elas do que eu. Sempre saio com a impressão de que qualquer um poderia ter feito a tal foto. Consequência do nosso tempo, quando todos estão com suas máquinas-celulares apontadas para tudo e até mesmo imagens incríveis são criadas sem qualquer talento de quem as fotografou. Mas, alguns artistas, de fato, conseguem superar isso. O fotógrafo que registrou em retrato seus conhecidos em uma sequência de meses de idade, passando a ano após ano, até chegar a alguém com 100, enquanto no centro da sala uma pequena planta luta por sobreviver ao tempo, foi a instalação mais interessante no C/O. No museu, um ou outro conseguiam ir além do obvio.Francesca Woodman é sempre arrebatadora. A jovem artista que fez auto-retratos escondendo-se em ambientes ou escondendo-se das próprias fotos se suicidou ainda menina, e tudo estava ali no seu não pertencimento ao mundo real. Já HN foi é continua brilhante. Suas provocações ao mundo editorial e da moda permanecem ousadas e arriscadas até hoje. Nunca mais esse universo conseguiu gerar alguém tão provocativo. E provavelmente nem vai. Saímos das exposições já no final da tarde. O início da noite, ainda ensolarado, oferece a perspectiva de que muito ainda para se vivenciar no dia. E, de fato, a noite-dia estava apenas começando.

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