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Sétima peça


Voltamos ao Haus. Era a vez de assistir ao espetáculo mais experimental. Hideous (wo)men, do Toneelgroep Oostpool. Um versão invertida de como olharmos as coisas, sobre como seres artificiais enxergariam aspectos cotidianos humanos. Performers com máscaras de látex circulam em três ambientes por um cenário circular em constante rotação. Passam de um a outro por portas ou escondidos ao fundo do palco. E seus rostos máscaras que limitam as feições, dando-lhes a artificialidade pretendida. Trata-se de uma família comum e banal, pode-se dizer. Aos poucos, as cenas cotidianas se desenvolvem por buscas e descobrimento dos prazeres físicos, ou a tentativa de sexualização desses serem. Por mais que o ritmo seja instigaste inicialmente, com cenas lentas, muitas vezes através de quadros imóveis que demoram a ser trocados, ou mesmo ambientes sem personagens e textos, acabam cansativos ao acúmulo sequencial. O mais interessante fica ao final, quando a personagem jovem realiza aquilo que deve ser um aborto e mutilação genital absolutamente sem expressão ou sentimentos. A personagem se multiplica em diversas e se replica em todos os ambientes como ela própria ou como se fossem todas indistintas, em um mesmo tempo de convívio e existência paralelo. Entre o cansativo e o interessante, a sensação é de haver algo nesse teatro proposto muito bom mas também nem tanto. Coisas do experimentalismo e suas buscas por indefinições.

Foto: Sanne Peper

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