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Antes do teatro, a história

Antes de irmos ao teatro, andamos pelas ruas e percursos próximos. Berlim é impressionantemente cheio de museus e galerias, de todos os tipo e intenções. A programação cultural da cidade é intensa. Explicam-nos que a cidade é sustentada pelas demais regiões da Alemanha. Não há por aqui grandes cinturões industriais, por exemplo. E boa parte das atividades das pessoas acaba mesmo sendo em instituições e ações ligadas à cultura, ainda que indiretamente. Escolher aonde ir, portanto, não é simples. Deixamo-nos ser levado pela casualidade. Nunca nos interessou passeios com horas marcadas pelos guias tradicionais, e sim as descobertas ocorridas no convívio com o contidiano local. Assim fomos, pelas ruas, avenidas, pegando travessas paralelas, escapando de alguns lugares óbvios demais. A primeira parada foi para ver como anda a construção dos edifícios das Ilhas do Museus. Vai bem. E ano após ano é impressionante o que se finaliza por aqui. Logo à frente, está o edifício onde será um dia o novo museu. Hoje, o Humboldt Box traz as informações, enquanto a restauração do edifício histórico que serviu a Hitler acontece para abrigar no futuro um espaço destinado à diversidade dos povos e culturas de todo o mundo, algo que provavelmente faria o monstro ter um colapso nervoso. Isso é Berlim. A história revivida todo tempo sem perder em nenhum instante o olho no futuro e na provocação de seus piores erros. Continuamos. Passamos por diversos espaços e monumentos. Até chegarmos ao Deutsches Historisches Museum. A exposição no edifício anexo era novamente sobre o passado-futuro. Dessa vez, Martin Roemers havia fotografado bunkers e espaços construídos escondidos pela então URSS para abrigar soldados em treinamento e mísseis pelo interior da Europa e também carcaças de tanques e arsenais, assim como os equivalentes na Grã Bretanha pelos exércitos ocidentais, durante a Guerra Fria. Fascinantes e assustadores, havia túneis suficientemente grandes e que chegaram a ser ocupados por 3 mil pessoas. O museu é vizinho ao Maxim Theater Gorki, e fomos lá espiar a programação. Nada ali nos pareceu interessante. Uma passada no arrebatador monumento em forma de mausoléu às mães que tiveram seus filhos mortos durante a Segunda Guerra e, então, era hora de corrermos ao teatro. Afinal, seriam duas peças ainda hoje.

foto da exposição: crédito não informado.

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